Desgarradas na Net da autoria de Jorge Gonçalves da ilha Graciosa e de Rosa Silva da ilha Terceira. Um sector informativo do Grupo Galeriacores
Sacas de encomendas

"Sacas de encomendas"
22 de Outubro de 2004
Será que também és do tempo,
Das sacas cheias e frenéticas Quer com sol ou mesmo com vento Vinham p'ra cá das Américas.
Era uma brisa de alegria Que chegava na encomenda, Quer fosse do primo ou tia P'ra nós era uma boa prenda.
Lembro da primeira boneca Felicidade me garantiu Olhos mexiam na boneca Brinquedo que muito serviu.
As sacas com tais encomendas Traziam um cheiro diferente Roupas e sempre algumas prendas Serviam a toda a nossa gente.
Hoje já não é tão frequente Essa dádiva desejada É um facto que a nossa gente Já está mais abastada.
Resta-me agora agradecer Ao leitor que lê quando passa, Foi um fraco e breve escrever, A Azoriana vos abraça.
Rosa Silva (Azoriana)
| Lembro-me bem desses tempos E de toda essa magia Havia muita pobreza Mas também muita alegria.
As sacas vinham sempre cheias Com toda aquela abundância Roupas, bombons e brinquedos E também muita esperança.
Esperança de poder um dia Entrar no avião e emigrar Poder viver nas Américas P'ra nossos sonhos realizar.
Para lá fui ainda jovem Para aquele país de maravilhas Para trás ficaram os amigos E as nossas lindas ilhas.
Pude fazer de tudo um pouco E muita coisa aprender Sem nunca esquecer os Açores Lugar que me viu nascer.
Era assim a vida do emigrante Bem farto de fraterna fantasia P'ra lá ia, mandava roupas e dinheiro Maldita mãe que nem seus filhos cria!
Jorge M. Gonçalves
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